POEMAS & VERSOS

14 de Março de 2015

Patrimônios tombados,
Ignorância e preconceitos
Dados de bom grado.
Todos os dias agraciados,
Por pequenos indivíduos infestados
Pela falta de abraço
Pelo sorriso não dado.
A paisagem se multiplica
Mais difícil de se modificar
Tombados e protegidos,
Como os derrubar?
A luta é contra o caminho
Que não tem mais volta
Sem ter como salvar.
Ajuda o prédio bonito
A ser como costumava
A ter gente artista lá indo
Onde sabiá cantava
E diferente do dia em que estamos
Se restaurava e não tombava
Ser quem cuida da faixada
Pra que todos os dias
Possamos reutilizá-las.


23 de Fevereiro de 2015

Eu sou terra, eu sou fogo.
Sou cão, sou lobo.
Me atirem no foço
Libertem o moço
Não há esboço
que eu não saiba interpretar.
Teve rima sofrida
Palavra amiga
Criança perdida
Ave Maria!
Não era isso que eu queria?
Fiz a prece,
Descartei os pé de breque
Subi a diocese
Me enrosquei em quermesse
Pedi pros sonhos que se apressem
Na ventania me envergaram
Pensaram que me envergonharam
Mas de cima ouviram um raio
Sozinha sei que não me valho
Pedi ajuda pros antepassados
E quando de lá resposta ouvi
Logo eu sorri
Sozinha, eu sabia, nunca estive
E aos que tentaram cegar o destino
Logo viram que se perdiam
Enquanto queriam meu grito
Andavam vendados ao abismo
Hoje não fui vencido
Tentada como Jesus Cristo,
Mas nunca fui esquecido
Nas linhas tênues
De uma solidão em afinco.


08 de Fevereiro de 2015

21 de Janeiro de 2015

Pois, meu bem, sou de um bom gosto; e o que me estraga são os outros a quem me limitei.

17 de Janeiro de 2015

Na bagunça interna onde se cria, perde-se a falta. Repele desventuras e arquiva as causas, se resume, se adapta, as mudanças diárias, alma na calma, morena. Mais alma. E se cair o amor, do chão perpassa.

14 de Janeiro de 2015

Ela tem entrelinhas fáceis de rimar
Dificil é decifrar essa menina
Que rima com verso
Que nem é de sua autoria
Só pra se sentir mais bonita
Mais poetiza
Só pra na rima
Se encontrar menos arredia
Pra escorrer pelas mãos
O que antes lhe supria
Transborda
Lá fora
A rapariga.


10 de Janeiro de 2015

A solidão,
Tal desmedida solidão
Coberta de incerteza e não-solução
Aconchega-se no peito do Lampião
Maria Bonita, o laço de fita já não tem mais cor
E que mesmo tão bela já viu que dos seus passos
Desandou
Abrindo aos poucos as asas
Passarinho que nem planta podada
Sai pro voo solo sabendo de nada
Do seu sentir
Se sentiu a fora e o cheiro livre da mata
Sentir-se-á calada.

04 de Janeiro de 2015

queria que fosse estação
para que viesse e transformasse
para que fosse e voltasse
sempre com sua beleza

queria também que fosse canção
dessa que a gente escuta com delicadeza
digere cada verso
e que de tão bonito
gera incerteza

com meus pares
nos bares
observo-te passar
faceiro, gingando
cigarro entre os dedos
brilho no olhar

e de longe logo se percebe
o sorriso no canto da boca
a malícia nos olhos envolta
por uma poesia
devidamente singular

pois no copo e no tabaco
encontrei perfume e inquietação
deveras serás do mundo?
deveras não entrega teu coração?

a tua sagacidade
misto de malandragem
e um bonito charme
atraem olhares
desviam madres
conquista gerações

e na saliva das palavras não ditas
dos gestos curtos
tímidos
sobrepõe-se a si um desejo
num simples lampejo de inspiração

que é na troca de olhares que mais se diz
que mais se ganha e que se perde
satisfaz-me poesia
secreta alegria
da viagem longínqua que se seguirá

logo então me fará pensar
que não importa o que se suceda
quais forças movam as coisas as avessas
o que será, será.

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